O burro e o leiteiro
O burro é um animal hibrido, resulta do acasalamento de um
jumento com uma égua. Ele é estéril, por isso não é usado para reprodução. Só
para serviços de transporte, carregamento, etc... Seu dono, já conhecendo a espécie, era paciente,
não chicoteava o animal como muitos o fazem. Tratava-o bem, afinal ele era seu
companheiro de trabalho!
O homem veio de um país europeu, que forneceu ao mundo
mentes brilhantes, grandes pensadores, escritores, poetas, grandes navegadores
e desbravadores, jogadores de futebol geniais, e... pessoas como ele, o
Leiteiro.
Era um homem grande, forte, tinha um imenso bigode e era
muito cordial.
Ele tinha um pequeno sitio na periferia da cidade, meia
duzia de vacas, um boi e alguns porcos, e todos os dias saia entregando leite
de casa em casa, com sua carroça, puxada pelo burro sonolento e turrão, que de
tanto fazer o mesmo caminho, fazia-o automaticamente, com a rédea solta, sem
que seu dono precisasse instá-lo a
andar.
Iam e voltavam as turras. Às vezes, enquanto o homem
descarregava o leite, o burro dormia em pé, pois afinal um cochilozinho vai
bem, né? Assim que o homem sentava na carroça, como se tocasse um despertador
imaginário, o burro acordava e saia a andar...Mas, o burro, teimoso como todo
burro tem que ser, às vezes, mesmo depois de acordar, insistia em não sair do
lugar.
- Anda burro, estamos atrasados rapaz, temos muitas entregas
ainda. Falava o homem, primeiro calmamente e depois exasperado.
O burro, para demonstrar que ele iria se quisesse, dava um
tempo e quando o homem ameaçava descer da carroça, saia andando.
- Um ainda te dou uma lição seu orelhudo, dizia o homem.
Esse dia não demorou a chegar. Subindo uma ladeira, o burro
empacou. E quem disse que o bicho andava? Puxa as rédeas, usou o chicotinho de
leve pois ele gostava de animais e não judiava do seu burro, e nada! Ele desceu calmamente da carroça, foi na
frente do burro, olhou-o bem dentro dos olhos e falou:
-Tu podes ser mais inteligente do que eu, mas, mais forte tu
não és! E deu um tremendo murro bem no meio da testa do burro, que desabou
desacordado.
O homem então, pegou uma cesta que levava na carroça,
sentou-se na guia da calçada e comeu um lanche que trazia sempre com ele.
Depois de um tempo, o burro voltou a si, um pouco atordoado na verdade e zurrou
baixinho para seu dono. O homem levantou calmamente, olhou o burro nos olhos e
falou:
- Agora tu sabes quem manda, sabichão? Deu-lhe uma suculenta
maçã, subiu na carroça e o burro subiu a ladeira mastigando alegremente a
deliciosa maçã.
A partir desse dia, definido quem manda e quem obedece,
continuaram sua jornada diária sem mais incidentes! Só os cochilinhos básicos,
afinal nenhum burro é de ferro!
[João Libero]
09/02/2018
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