Maria, a Cangaceira Seu nome era Maria Gomes de Oliveira. Muito jovem, bonita, de idade incerta, Era infeliz, morava no meio do nada, Com os pais, após união fracassada. A mãe, Déa lhe disse antes de casar — Não deixe o homem lhe mandar! E ela não deixou, largou dele! Era uma época selvagem, dura, Pois além da seca, e da miséria, Era a época mais violenta do cangaço. Ela pensava como teria sido sua vida Se um cabra feito o Capitão Lampião Viesse busca-la para viver a vida com ele... Um dia, viu ao longe um cavaleiro vindo. Ele vinha cavalgando a trote, solitário, Montando um fogoso alazão castanho E quando chegou mais perto, ela viu, A cartucheira no peito, a espingarda, O revólver e a peixeira na cinta; Chapéu e roupa de couro e os óculos! Seria mesmo Lampião? Pensou ansiosa Com os olhos brilhando levantou-se. Devagar o homem parou perto dela e falou — Tu é Maria de Déa? Sem homem? Tu é bonita, carece de viver a vida. Vem comigo, vem viver uma vida! — V...